Foto / Taíne Cardoso

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

 

Uma ousadia! Para mim foi muito mais do que realizar exercícios lentos e movimentos que imitam animais –fiz as posições do gato, tigre e do pássaro! Há cerca de um mês eu venho tentando marcar uma aula de yoga no espaço que minha querida amiga Taíne Cardoso oferece nas linhas Hatha Yoga e Hatha Vinyasa Yoga.

E como deu errado até dar certo!  Os horários não batiam, até meu celular foi roubado no meio do nosso agendamento e eu não sabia como encontrá-la. Mas, enfim, chegou a noite e a hora certas!

Agora você meu leitor(a) pode estar me questionando… por que a Vana Allas, uma jornalista nada principiante (49 anos e dois meses de vida) fez tanta balbúrdia a fim de participar de uma aula de yoga? Fiz mesmo! Porque confesso que sempre tive muita curiosidade e, juntamente, um “preconceitosinho” de fundo sobre o assunto.

Sério? Sim, nunca ouvi ninguém endemonizar o assunto, mas também nunca vi ser comum tal atividade no meio cristão, o qual minha família de ambos os lados é seguidora e, portanto, como fui criada e conheci valores para viver.

Imagine eu, que já entrevistei uma “pilha” de gente de todos os jeitos, partidos, estilos, ricos e pobres etc. e tal, sem grandes neuras… nervosíssima com a próxima experiência de vida: uma aula experimental da linha Hatha Yoga! E nem adianta me perguntar a diferença entre as duas linhas dessa filosofia, porque não fui lá para conhecer tais detalhes…

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No dia, desde que acordei, meu sentimento era de ansiedade. E com ansiedade eu faço o quê? Como feito uma doida! Só sei que quando eram 19h, quando cheguei no local da aula –na vila Betânia–, eu tinha acabado de comer dois pedaços de pizza e um copão de refrigerante! Mega estufada!

Lá estavam a Taíne, com aquele jeitinho acolhedor e sorriso sempre largo, e uma outra moça já sentada em um colchonete. Eu tremia feito vara verde! Quando a Taíne perguntou se eu estava bem… eu não sabia o que dizer…

Desabafei: –– Bem, estou nervosa porque é uma nova filosofia que estou a conhecer e levo esses assuntos a sério… e porque não sei se minha barriga cheia de pizza irá me atrapalhar nos exercícios!

Lógico que ela riu e, ao mesmo tempo, demonstrou-se preocupada! –– Mas, Vana, nós iremos fazer posições em que você terá que ficar com a cabeça abaixo do tronco… temo que você passe mal! Aí que eu tremi mais ainda apesar da voz suave de Taíne e da paz que o silêncio do local já começava a proporcionar.

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Enquanto a “professora” nos guiava para um momento de desligamento da vida lá fora, por meio de respiração bem-feita, eu achei delicioso sentir o coração a bater lentamente. Em seguida vieram os movimentos que exigem equilíbrio e força para manter-se “como estátua”.

Que delícia sentir partes do corpo sendo alongadas, nada bruscamente, até músculos que parecia que eu nunca havia sentido dentro de mim. E estavam tensos! Uma coisa eu não fiz: dizer mantras indianos que Taíne falava e a colega ao lado repetia. Fiquei quietinha.

Do meio para o final foi tudo delicioso! Eu calma, focada em mim. Na hora do relaxamento –sério, ainda teve relaxamento!– eu praticamente babei. Acordei ao som de um sino tibetano que emite dois timbres. Foi o auge!

A aula toda durou mais de uma hora! E ao final eu só disse para as “meninas”: –– “Caba” não, mundão!

Valeu muito a pena! Mas tenho que admitir que a barriga de uma “véia” de 49 sedentária, cheia de pizza, atrapalhou um pouco. Saí de lá renovada!

 

> Vana Allas é jornalista (MTb nº 26.615), licenciada em Letras (Língua Portuguesa) e pós-graduada em Filosofia da Comunicação. É autora do livro “Vale, Violões e Violas – Uma fotografia do Vale do Paraíba”. Mora na Vila Icaraí.