Major Vaz: rua tranquila, menos às sextas-feiras, quando recebe a feira livre do bairro. Foto / SuperBairro.

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

DA REDAÇÃO

A Major Vaz é uma rua tranquila e arborizada, como quase todas da Vila Icaraí (região da Vila Adyana). Nas sextas-feiras, ela se transforma em local movimentado, pois é uma das duas ruas onde é realizada a tradicional feira livre do bairro.

Se a rua é tranquila, a história do homenageado, pelo contrário, foi acidentada. Ele morreu após ser atingido durante um atentado contra o jornalista e político Carlos Lacerda, ocorrido no dia 5 de agosto de 1954. A morte do major foi um fator decisivo para o suicídio do presidente Getúlio Vargas.

Rubens Florentino Vaz nasceu no Rio de Janeiro, no dia 17 de março de 1922, filho de Joaquim Florentino Vaz Júnior, advogado e fiscal de rendas, e de Zilda de Oliveira Vaz.

Em agosto de 1943 foi declarado aspirante-aviador pela Escola de Cadetes da Aeronáutica, no Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro, sendo promovido a segundo-tenente-aviador em abril do ano seguinte e a primeiro-tenente-aviador em agosto de 1945. Em agosto de 1947 atingiu a patente de capitão-aviador e, em julho de 1953, tornou-se major-aviador.

Em 1954, servia na Diretoria de Rotas Aéreas, no Rio de Janeiro, quando se intensificou a oposição ao governo de Getúlio Vargas (1951–1954). Carlos Lacerda era um dos líderes desse movimento. Temendo que a vida de Lacerda corresse risco pela sua atuação política, foi montado um esquema de segurança constituído por um grupo voluntário de oficiais da Aeronáutica, que se revezavam dia e noite em sua guarda.

Integrando esse grupo, na madrugada do dia 5 de agosto de 1954, quando acompanhava Lacerda e seu filho Sérgio até a residência de ambos, na rua Tonelero, o major Vaz foi atingido por tiros que visavam Lacerda.

Após a descoberta de que os assassinos eram pessoas ligadas à guarda pessoal do presidente, intensificou-se ainda mais a campanha contra Vargas, gerando-se uma crise que culminaria com o seu suicídio, 19 dias depois do atentado, em 24 de agosto de 1954.

No dia 28 de agosto de 1954, já no governo de Café Filho, Rubens Vaz foi promovido post mortem a tenente-coronel-aviador. Após o movimento político-militar de 1964, foi-lhe conferida nova promoção póstuma, em junho de 1965, a coronel-aviador.

Rubem Vaz foi casado com Lígia Figueiredo Vaz, com quem teve quatro filhos.

Sepultamento do Major Vaz teve a presença de autoridades da Aeronáutica. Foto / reprodução.

 

> Fonte – CPDOC/FGV (Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, da Fundação Getúlio Vargas).