Foto / Divulgação

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Quem me conhece sabe que sou muito desligada sobre esporte, seja qual for o estilo. Já passei poucas e boas por isso, pois a vida de jornalista já cobrou tal conhecimento! É aconselhável que o repórter se especialize em algumas editorias para melhor compreendê-las e então divulgá-las com mais propriedade de detalhes.

Mas, ao mesmo tempo, temos que ter a ânsia pelo conhecimento generalista! Qualquer coisa pode ser interessante e indispensável para alguém: de um jogo de xadrez até uma coleção de dedal de costura –minha amiga Edi, que falei na crônica anterior, tem tal coleção! #istoeverdade

Uma vez, quando trabalhei na Folha Vale (caderno regional da Folha de S. Paulo), nos idos de 1990, cobria as editorias de Cidades e Cultura. Mas o repórter setorista de Esporte não estaria na redação e me “convocaram” para cobrir o espaço. Só por deus!

Eu expliquei que não, não entendia nada, que seria um horror minha apuração, blá, blá… e nada! Então foi o primeiro dia “fazendo” Esportes. Seria jogo do São José (nossa Águia do Vale) contra o Corinthians –acho que juniores, não lembro direito…

Eu entrevistei o técnico e escrevi a matéria. Só que o editor do jornal foi corrigir meu texto tarde da noite –era assim com toda a equipe às sextas-feiras! Quando ele leu o texto, perguntou quem da escalação seriam os titulares.

–– Cuma?

Durante a entrevista só fui anotando os nomes, nem sabia que em futebol são 11 jogadores para cada lado! #istoeverdade. Tomei tanto xingo que até chorei na redação frente aos colegas. Alguns, logicamente me achando a maior burra e outros, com dó, porque tinham visto minha negação em atuar naquela página.

Bem, a vida continuou e eu, depois de pouco tempo, voltei a trabalhar mais um tempo na Folha Vale, mas nunca mais em Esportes! Nem quero!

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Mas, de relance, tenho observado os Jogos Olímpicos no Japão. Esses lances de olimpíada e copa do mundo mexem com qualquer pessoa… até comigo! Fico observando como deve ser o esforço em todas as áreas da vida para fazer aqueles exercícios, cada um com seu estilo, beleza e dificuldade. Para mim que sou sedentária, imagino a dor de cada um. E no fim é tudo tão bonito!

Mas de repente, ontem, me veio à memória um fato muito “louco” na minha vida: já fui aluna de uma academia de ginástica –creio que entre 1986 e 88– e era de linha de frente no grupo! #istoeverdade. Eu morava no Jardim das Indústrias e foi durante o início da “moda” da aeróbica –ginástica musical combinada com passos e muitos saltos.

Nós da equipe corríamos cinco músicas sem parar nem para beber água! Depois alongávamos e partíamos para mais pulação! Eu levantava o pé até a altura da cabeça acompanhando a coreografia e também, no final da aula, treinávamos os músculos com equipamentos simples como aqueles pesos. #istoeverdade

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E teve uma noite em que foi o auge da atlética aqui! A diretora da academia à qual eu pertencia se inscreveu para o Sesc Mobel –encontro anual, já extinto, de academias de ginástica e dança. Cerca de dois meses de ensaios, roupas desenhadas e bem confeccionadas, nossa apresentação estava linda: tinha corrida, dança aeróbica, levantamento de peso (os equipamentos foram arrumados segundos antes da nossa apresentação).

O final apoteótico era o alongamento: eu terminava fazendo um espacate –movimento ginástico que consiste em abrir as pernas em 180 graus paralelas ao chão! #istoeverdade

Esse evento aconteceu na década de 80 não sei quantas vezes, em São José, no ginásio do Tênis Clube. O local ficava lotado de adolescentes e jovens bonitos, principalmente gente da região do SuperBairro. Era a moda da jaqueta de cobertor que nunca cheguei a ter uma. E o perfume masculino que pessoas do sexo masculino e feminino usavam era o Styletto da Boticário –empesteava qualquer ambiente!

Muito bem, leitor(a), na hora que entramos para a apresentação, música americana super-ritmada e animada, levantou o público. A apresentação seguiu e eu focada, nada de errar… quando chega a hora de pegar o “pesinho” para a parte da musculação, meu equipamento não estava no local. O que eu fiz? Nem liguei! Disfarcei realizando o exercício sem nada nas mãos e concluímos o que propusemos com aplausos, gritos de aprovação –principalmente os do meu pai– e só sei que foi assim!

Então, pensando enquanto escrevo, concluo não ser verdade que fui fitness. Eu não cuidava da alimentação, por exemplo… mas fui muito feliz sendo ativa com meu corpo. Preciso voltar a fazer algum exercício; preciso cuidar da minha alimentação; acho que isso é ser fitness… se eu quero esta mudança de estilo de vida? Sim! #istoeverdade

 

> Vana Allas é jornalista (MTb nº 26.615), licenciada em Letras (Língua Portuguesa) e pós-graduada em Filosofia da Comunicação. É autora do livro “Vale, Violões e Violas – Uma fotografia do Vale do Paraíba”. Mora na Vila Icaraí.