Cillian Murphy, melhor ator do melhor filme do Oscar de 2024. Foto / Divulgação

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Enfim, é chegada a segunda noite mais aguardada de Hollywood, Bollywood, seus milhares de celebridades, seguidores, produtores e espectadores. Sim, a segunda, pois a primeira é o momento dos indicados em cada segmento.

Na noite de 10 de março teve de tudo um pouco no “tapete vermelho”: vestidos deslumbrantes, trajes e cabelos para todos os gostos, tombo nos bastidores, nudez no palco, piadas do apresentador (que só americano entende!), discursos politizados, plateia emocionada às lágrimas –expressas, de alegria; contidas, de tristeza.

O filme consagrado pelo Oscar este ano foi “Oppenheimer”, sobre o qual comentei nesta coluna em julho de 2023 –e reproduzida a seguir. Ele recebeu a estatueta de Melhor Filme (Christopher Nolan), Ator (Cillian Murphy), Ator Coadjuvante (Robert Downey Jr.), Direção (Christopher Nolan) e Trilha Sonora Original (Ludwig Göransson, brilhante!).

Teve grandes concorrentes em todas as categorias, tais como “Zona de Interesse”, “Maestro”, “Os Rejeitados”, “Pobres Criaturas”, “Assassinos da Lua das Flores”, dentre outros. Mereceu cada estatueta! Se você ainda não assistiu, sugiro que reúna a família, inclusive adolescentes, para conhecerem mais sobre certos aspectos da nossa História. Está disponível na Netflix, Prime Video e outros streamings. Ah, em cartaz no Cinemark Colinas.

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Bomba atômica: o criador e a criatura

(Texto publicado originalmente em 27/7/2023)

Inicialmente, tomo a liberdade de aqui compartilhar o indescritível prazer de não ter encontrado, em plena segunda-feira, lugar disponível em sessões legendadas nos cinemas da cidade para assistir “Oppenheimer”! Desviando das pequenas multidões em diferentes tons de rosa-Barbie, comprei ingressos para a noite seguinte, quando mais um fato me causou grata surpresa: muitos jovens naquela sessão, talvez em busca de informações e de detalhes íntimos sobre o “pai” da bomba atômica.

Trata-se de uma cinebiografia, baseada no livro “Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer” (que deu um Prêmio Pulitzer aos autores Kai Bird e Martin J. Sherwin). O filme é estonteante, perturbador, de efeitos especiais e com atuações brilhantes.

Oppenheimer (Cillian Murphy: “Dunkirk”, “A Origem”. Série “Peaky Blinders”) é o físico norte-americano da Universidade da Califórnia que dirigiu o Projeto Manhattan, em Los Alamos, sob o comando do militar Leslie Groves Jr. (Matt Damon: “Air – A História por Trás do Logo”, “Perdido em Marte”, “Invictus”), que posa de aliado do cientista até se apoderar do produto final.

O programa, que tinha por objetivo produzir as primeiras bombas atômicas durante a Segunda Guerra Mundial, acabou contribuindo para o desenvolvimento da arma nuclear que em 1945 causou destruição em massa nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, fato que ainda reverbera no mundo.

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O físico é casado com Kitty (Emily Blunt: “A Garota no Trem”, “Um Lugar Silencioso”, “Sicário – Terra de Ninguém”), que tem papel fundamental em toda a trama. Em três horas de duração, o filme dirigido por Christopher Nolan (“Dunkirk”, “Interestelar”, “A Origem”) retrata concomitantemente três diferentes períodos e abordagens: a vida acadêmica do protagonista, o processo de criação da bomba juntamente com os demais colegas de profissão e as consequências geopolíticas da bomba, tendo como pano de fundo o julgamento da lealdade do físico a seu país.

Mostrando o homem por trás do cientista, “Oppenheimer” escancara eventos históricos para estimular o público, nos fazer refletir, discutir e, sem julgar quem é herói ou vilão, enxergar fatos que talvez acreditássemos conhecer integralmente.

Outras excelentes atuações em papéis de grande importância, como Robert Downey Jr (Lewis Strauss), Rami Malek (David Hill) e Casey Affleck (Boris Pash). Em exibição nos cinemas da região.

> Trailer

 

> Tila Pinski é jornalista (MTb 13.418/SP), redatora e revisora de textos, coordenadora editorial e roteirista. Cinéfila, reside há 11 anos na Vila Ema.

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