Foto / Arquivo PMC

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

É unânime entre os moradores de Caraguatatuba o entendimento de que o turismo tem uma importância vital para a atividade econômica do município.

É por isso que o poder público sempre esteve focado na fomentação de políticas públicas voltadas para atrações turísticas, não só com o intuito de movimentar a economia, mas também para oferecer melhores condições sociais, de lazer e de entretenimento aos seus moradores.

O calendário oficial de eventos da cidade, pipocado de festas fora dos meses de temporada (dez/jan/fev/jul), revela o grande esforço para atrair turistas, divertir, gerar divisas.

Não é à toa que o Festival do Voo Livre é realizado em abril. Caraguá é considerada a segunda melhor cidade do litoral brasileiro para voos em parapente (paraglider), atrás apenas do Rio de Janeiro, melhor lugar para voo livre em todo o país.

Em junho, a cidade oferece a festa do Padroeiro, com celebração de missa, quermesse, caminhada ao Morro de Santo Antonio, procissão, benção dos pães, bolo do santo e o casamento comunitário. No mesmo mês, tem o Jazz e Vinho Festival (adoro!!!) e ainda a tradicionalíssima Festa de São Pedro Pescador.

Após a temporada de julho, quando ocorrem os Festivais da Tainha e do Camarão, logo no mês seguinte, saboreamos a deliciosa e imperdível competição Caraguá a Gosto.

Setembro não passa em branco, com outro evento de dar água na boca, o Festival Food Truck. Outubro foi reservado para os amantes da cerveja, com o Caraguá Beer Festival, e em novembro o entretenimento fica por conta do Festival Estudantil de Teatro, que atrai gente de todos os cantos.

Claro que tem muito mais do que isso. Poderia listar aqui mais uma infinidade de festas que são o orgulho do povo dessa cidade. Mas, o que dizer quando esse calendário que contempla uma enorme diversidade de atividades, muitas delas realizadas há décadas, fica congelado devido à pandemia?

Como imaginar Caraguatatuba sobrevivendo sem suas festas? Sem seus barcos embandeirados em dia de São Pedro, sem a alegria dos casamentos comunitários no dia do padroeiro?

Evitar aglomerações para salvar vidas é a nova ordem. O custo é alto, mas a recompensa é preciosa. Muitos não compreendem a lógica e, sem recursos para se adaptar e se reinventar, entram em desespero, ensaiam protestos, batem panela contra as medidas sanitárias.

O certo é que a ciência avança e estamos cada vez mais próximos de vencer esse desafio. O importante agora é saber se reinventar, é sobreviver, pois ainda temos muitos motivos para aglomerar e festejar.

 

> Márcia Regina de Paula é jornalista (MTb nº 20.450/SP) há 37 anos. Mora em Caraguatatuba há quatro anos, depois de ter vivido por 28 anos em São José dos Campos.