Aprovada no Senado, PEC vai agora para votação na Câmara. Foto / Marina Ramos/Câmara dos Deputados

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Você está pensando que as eleições de outubro irão resolver todos os nossos problemas? Se enganou, meu bem. Espere para ver como será o ano de 2023 e, quem sabe, 24, 25, 26…

Esquecidos da responsabilidade fiscal, que até recentemente chegou a ser respeitada no Brasil, o governo federal e alguns estaduais estão editando os seus “pacotes de bondades” com a intenção de ganhar a eleição. Mas tudo isso tem um preço e ele vai começar a ser cobrado no ano que vem.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) não quer nem saber, não pretende pagar o preço da desastrosa política econômica do ministro Paulo Guedes. Além dos argumentos de que a crise é mundial, de que a culpa foi da covid e outras mumunhas, Bolsonaro pegou a chave do cofre e vai fazer uma festança.

Só com a PEC dos combustíveis, já apelidada “do desespero”, serão torrados R$ 41,25 bilhões em ações que prometem resultados pífios no conjunto da economia e nos índices de inflação. A ajuda aos caminhoneiros já é considerada, por eles mesmos, como irrisória; o reajuste no vale gás também não acrescenta muito.

O incremento no Auxílio Brasil parece ter o efeito secundário de jogar mais dinheiro na economia. Porém, fica a pergunta: será que essa “bondade” não irá acender ainda mais a fogueira inflacionária? Essa é uma questão que nem o “centrão” e nem os demais parlamentares interessados nos ganhos eleitorais querem avaliar. A PEC já foi aprovada no Senado com apenas um voto contrário e, agora, deve vencer por goleada também na Câmara dos Deputados.

Governadores também estão raspando até as moedinhas dos seus cofres em busca da reeleição. Em São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB) está percorrendo o estado com o seu “Governo na Área” para tentar desempatar a disputa pelo segundo lugar que trava com o candidato bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) nas pesquisas eleitorais.

No Rio de Janeiro, como se não bastasse todo o histórico de corrupção e violência que já parece endêmico no estado, o governador e pré-candidato Cláudio Castro (PL) está sendo acusado de usar a Fundação Ceperj (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos) para manter mais de 18 mil pessoas contratadas sem transparência para, segundo as denúncias, abrigar apadrinhados políticos.

E isso é só o início, ainda nem foi aberta a campanha oficial. Imagine o que nos espera depois das eleições. Inflação descontrolada, brasileiros ainda pagando combustível com base no dólar –mas ganhando em reais–, “pagamento” dos compromissos assumidos pelos vencedores… credo em cruz. Será um 23 inesquecível. Quem sobreviver ao 22, verá.

Prós e contras da reeleição

O quadro caótico na política e na economia brasileiras faz a gente pensar: por que não acabar com a reeleição? Se ela tinha pontos positivos –garantir a continuidade das obras, programas e políticas públicas; dar estabilidade aos governos; premiar os bons governantes–, parece que isso está se perdendo. Hoje, os ocupantes dos cargos promovem um vale-tudo em que só não vale perder a reeleição.

Entre os pontos negativos, destaca-se a montagem de grupos encastelados em torno do poder por onde gravitam partidos políticos, comissionados quase eternos, empresários, enfim, um exército de gente que não sai do poder. Gente disposta a tudo.

O problema é que, se a reeleição premia alguns bons governantes, também permite que boa parte dos maus continue no poder. A relação custo-benefício dessa mudança não está compensando para o cidadão. E o pior é que só apoia o fim da reeleição quem não está eleito. Ou seja: nenhuma solução à vista.

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PONTO A PONTO

Você usa Rexona?

Um antigo slogan de um antigo sabonete dizia: “Sempre cabe mais um quando se usa Rexona”. Pelo jeito, Rexona é o sabonete preferido dos políticos e aspirantes em início de carreira. Os nomes mais recentes do clube de candidatos da região de São José dos Campos são o da jornalista Solange Moraes e o do ex-diretor geral do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Ricardo Galvão.

Solange: da TV para as urnas. Foto / Facebook

Solange é jornalista e apresentadora. Chegou ao Vale do Paraíba vinda da TV Gazeta de São Paulo, atuando por muitos anos na Globo local (atual Vanguarda). Nos últimos 17 anos, ela apresenta o programa “Falando Nisso”, na TV Band Vale, que teve de deixar no início deste mês para cumprir a legislação eleitoral. É pré-candidata pelo PP (Progressistas), o mesmo partido pelo qual a deputada estadual Leticia Aguiar deverá disputar a reeleição.

Galvão: crise com o governo gerou candidatura. Foto / Facebook

O físico Ricardo Galvão era o diretor geral do Inpe quando surgiu um desentendimento com o governo federal por causa da divulgação pelo instituto dos números das queimadas e desmatamentos captados por imagens de satélite. Batendo de frente com o próprio presidente Jair Bolsonaro, ele foi exonerado do cargo e saiu atirando contra o governo. Agora, é pré-candidato a deputado federal pelo Rede, partido da ex-ministra Marina Silva.

A festa de pré-candidaturas está chegando ao final. Entre 20 de julho e 5 de agosto os partidos deverão realizar suas convenções estaduais e nacionais para definir os candidatos e as coligações para as eleições de outubro. Aí será possível saber quem vai disputar de verdade e quem estava fazendo jogo de cena.

Datena: só na TV

Falando em jogo de cena, mais uma vez o jornalista José Luiz Datena “fez que ia, fez que ia e acabou não fondo”. Foi o quarto recuo de Datena, desta vez desistindo de ser candidato ao Senado em um momento em que liderava as pesquisas eleitorais. O não de Datena teve direito até a gafe de Bolsonaro, que horas antes do anúncio ainda disse que ele era seu candidato em São Paulo.

Entre vencedores e perdedores nesta história, o grande vencedor, sem dúvida, foi o Brasil.

Quem muito quer…

… nada tem? Nem tanto. Mas quem muito quer, como é o caso do PSD, com seus quatro pré-candidatos a deputado federal na região de São José, fica em uma saia justa porque, ou mostra os quatro, ou não mostra nenhum. É o caso da peça de divulgação do “Encontro PSD” na região oeste, que o partido irá realizar a partir das 19h30 desta segunda-feira (4) no Jardim Alvorada. No banner, só estão as fotos dos pré-candidatos a governador, Felicio Ramuth, e a deputado estadual, Juvenil Silvério.

Encontro PSD: cadê os federais? Foto / Facebook

RAPIDINHAS…

> O nível de desemprego está caindo no Brasil. Segundo o IBGE, em maio a taxa foi medida em 9,8%. Desde 2016, foi a primeira vez que ela ficou abaixo dos dois dígitos. No primeiro trimestre deste ano, fechou em 11,1%. No último dia 29, o Ministério da Economia anunciou que, somente em 2022, já foram criados mais de 1 milhão de empregos. No entanto, preocupa o fato de que, dos 97,5 milhões de trabalhadores ocupados, 39,1 milhões estejam no mercado informal.

Cury: querendo o fim do foro privilegiado. Foto / Facebook

> O deputado federal Eduardo Cury (PSDB) divulga que assinou, junto com outros deputados, requerimento pedindo que o projeto que põe fim ao foro privilegiado seja incluído na pauta de votações da Câmara. “Hoje, 55 mil autoridades têm direito ao foro privilegiado no Brasil, um benefício que não faz mais sentido algum e que só contribui com a impunidade”, diz o deputado. Marcou posição. Mas, em ano eleitoral, ainda mais a pouco mais de três meses das eleições, ninguém vota mais nada que possa ser empurrado com a barriga.

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NA CÂMARA

Só dá Sabesp

Enquanto a CEI (Comissão Especial de Investigações) criada para avaliar sua atuação em São José dos Campos está parada devido ao recesso parlamentar de julho, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) continua sendo assunto na Câmara Municipal. Nesta terça-feira (5), a Frente Parlamentar contra a Privatização da Sabesp promove reunião no plenário com a participação de sindicatos, órgãos de fiscalização e membros da Frente na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Em São José, a Frente é formada pelos vereadores Amélia Naomi (PT), Juliana Fraga (PT) e Zé Luís (PSD). O objetivo é discutir a privatização, o cumprimento das metas do Marco Civil do Saneamento e a atuação da Sabesp no município.

Sabesp em S. José: sob a mira da Câmara. Foto / Sabesp.com.br/Reprodução

Recesso com expediente

Durante o recesso parlamentar do mês de julho a Câmara ficará sem sessões ordinárias, que só retornam no dia 2 de agosto. Nesse período, poderão ocorrer sessões extraordinárias, desde que convocadas pela mesa diretora e de acordo com a Lei Orgânica do Município.

Os setores administrativos e os gabinetes dos vereadores estarão funcionando normalmente para atendimento à população. O horário de expediente é de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h30.

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GESTÃO

Anel Viário recebe obras

A Prefeitura de São José dos Campos anunciou nesta segunda-feira (4) um pacote de obras no Anel Viário. No trecho da avenida Florestan Fernandes, serão feitos alargamento de via, recapeamento asfáltico e um novo acesso à avenida José Longo. Também está prevista a implantação de ciclovia ligando o Centro da Juventude (região sul) à passarela do Anel Viário próxima ao condomínio Reserva da Barra.

O objetivo é melhorar a fluidez no trânsito. A obra será executada pela Emparsanco Engenharia com valor de R$ 11,4 milhões e prazo de 14 meses.

Anel viário: obras durante 14 meses para melhorar o fluxo na Florestan Fernandes. Foto / Adenir Britto/PMSJC

SSP será em São José em 2023

A cidade deverá sediar em 2023 o maior evento mundial de estudos e treinamentos na área espacial, entre os dias 26 de junho e 25 de agosto. O SSP (Space Studies Program) já formou mais de 5 mil profissionais de mais de 100 países.

Nas nove semanas do evento, deverão vir à cidade cerca de 300 pessoas, de 50 países, entre professores, estudantes, astronautas e líderes de agências espaciais. Em sua 35ª edição, será a primeira vez que o programa virá ao Brasil. Os estudos acadêmicos serão realizados no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica). O evento tem o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e da AEB (Agência Espacial Brasileira).

Mais empregos na cidade

Segundo os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados no último dia 28, foram criados 1.437 empregos com carteira assinada no mês de maio em São José dos Campos. Desde o início do ano, a cidade ganhou 4.332 novos empregos formais. Considerados os números desde o início do ano, o crescimento tem sido contínuo, com 425 empregos em janeiro, 544 em fevereiro, 904 em março e 1.266 em abril.

Nesta segunda-feira (4), quando foram anunciadas 1.040 vagas no PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador), muita gente correu atrás de uma vaga. Por volta das 15h a fila dobrava a esquina entre a praça Afonso Pena e a rua Francisco Paes, no centro da cidade.

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TOQUE FINAL

Foto / Facebook/Reprodução

“(…) Queria deixar a minha palavra de carinho para com o presidente, que hoje de manhã deu uma declaração que tinha me escolhido como senador, e foi isso mesmo que foi acordado, mas pensei bem e resolvi seguir meu caminho.”

José Luiz Datena

[Jornalista, ao comunicar sua quarta desistência de se candidatar a cargo público.]

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