Filme conta a história de matemático polonês que comandou a área de pesquisa do governo dos EUA onde foi gerado o conceito da bomba de hidrogênio. Foto / Divulgação

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Talvez não por acaso, na semana de 6 de agosto, quando o Japão homenageou os milhares de vítimas da bomba que devastou a cidade de Hiroshima em 1945, o filme “O Matemático” estava disponível no streaming Amazon Prime Video. O fato histórico, incontestável e repudiado desse ataque possui fatos antecedentes que muitos desconhecem. Um deles é retratado pelo roteirista e diretor alemão Thorsten [Thor] Klein (“Lost Place”) na cinebiografia “O Matemático”.

Lançado em 2020, o filme nos conta a história do imigrante polonês Stan Ulam (Philippe Tlokinski: “Noite de Celebração”, “Tempos de Crise), um matemático judeu que ganhou destaque no meio acadêmico pela sua inteligência lógica e foi nomeado responsável pela área de desenvolvimentos científicos do governo norte-americano no período anterior à Segunda Guerra Mundial, especificamente a criação do conceito da bomba de hidrogênio.

Em plena perseguição nazista, Stan e o irmão Adam (Mateus Wieclawek: “ Promessa”, “Sem Conexão – Parte II”) saem ilesos da Polônia, o mesmo não ocorrendo com os pais e a irmã, que acabam sendo vítimas fatais do genocídio de Hitler. “Adventures of a Mathematician” mostra os aspectos humanos do matemático, sua vida familiar com a esposa Françoise (Esther Garrel: “Me Chame Pelo Seu Nome”, “Uma Escala em Paris”) e, principalmente, o peso emocional das consequências da utilização desse artefato bélico.

Dentre as suas dores, o desequilíbrio psíquico do irmão ao saber da morte da família na Polônia e a perda de um dos colegas de trabalho, Jack (Sam Keeley: “Pegando Fogo”. Série “The English Game”), acometido de câncer devido à proximidade física em um dos testes da bomba atômica. Uma lição de história. Uma reflexão para a vida.

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Série

“Trapped”: como em um típico mistério de Agatha Christie, novos crimes a cada episódio. Foto / Divulgação

‘Trapped’

Essa série da Netflix deixa personagens e telespectadores literalmente “Encurralados” numa gélida e montanhosa aldeia da Islândia. Você não deve se deixar impressionar pelas cenas iniciais, de um tronco humano boiando: mesmo sendo uma série policial, ela guarda momentos engraçados, de tão absurdos.

O desajeitado investigador Andri (Ólafur Ólafsson: “O Turista”, “Caçada Mortal”) tem que lidar com seu divórcio, o cuidado com as filhas, a bagunça da delegacia de polícia, os interesses escusos de autoridades e do comandante do navio dinamarquês (de onde, supostamente, o corpo foi lançado). Ele é auxiliado por Hinrika (Ilmur Kristajánsdóttir: “Desajustados”), que é uma ótima coadjuvante na série.

Nevascas, um assassino à solta, novos fatos e crimes vão construindo esse quebra-cabeças, com um mistério crescente a cada episódio, nos envolvendo como uma típica história de Agatha Christie. Então, pegue a pipoca e divirta-se, “meu caro Watson”, pois a Netflix já está anunciando a continuação desta série: “Entrapped”!

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> Tila Pinski é jornalista (MTb 13.418/SP), redatora e revisora de textos, coordenadora editorial e roteirista. Cinéfila, reside há dez anos na Vila Ema.

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