Naomi Watts foi indicada para o Oscar de melhor atriz pelo seu desempenho em O Impossível. Foto / Divulgação

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Quando baseado em fatos reais, quase todo filme gera interesse. Este, em especial, gira em torno de uma família que viveu a tragédia que chocou o mundo no Natal de 2004: o tsunami devastador do Oceano Índico que atingiu o sudeste asiático. Com um bom elenco e cenas reais em meio às fictícias, foi um sucesso de bilheteria.

A médica Maria (Naomi Watts: Jogo de poder, Diana), o marido Henry (Ewan McGregor: Anjos e demônios, Mortdecai – a arte da trapaça, Álbum de família) e seus três filhos, estão num resort desfrutando férias numa ilha paradisíaca da Tailândia. Depois das festividades de Natal, um tsunami atinge a região e deixa um rastro devastador –visto por muitos de nós, repetidas vezes, nos telejornais e sites de notícias do mundo.

As cenas de submersão de pessoas e destroços emocionam e chocam, tamanha a proximidade com o real. Queremos ajudar a protagonista a emergir para não morrer, protegê-la dos destroços sob e sobre as águas turvas que podem feri-la ainda mais, mostrar à mãe quão perto dela está seu primogênito… E a todo instante nos vem à mente a informação de que aquilo ocorreu de verdade, numa realidade muito distante da nossa.

Durante dias, a família luta separadamente para salvar a vida –mas se mantém de algum modo unida na incansável busca pelos demais. Destaque-se, aqui, a brusca mudança de postura do filho mais velho do casal, Lucas (Tom Holland: Homem Aranha – longe de casa): do adolescente que quer distância dos irmãos menores, ao jovem que transita do medo à coragem para socorrer a mãe, da vitimização infantil ao amadurecimento repentino para ajudar de algum modo as centenas de pessoas espalhadas pelo chão do hospital onde a mãe é atendida pela equipe médica.

Um filme para assistir em família e deixar a emoção vir à tona, junto com sentimentos de amor, compaixão, solidariedade… E entre uma pipoca e outra, aproveite para conversar com os filhos sobre a importância de terem uns aos outros e proponha exercício de como poderiam enfrentar juntos uma eventual adversidade.

O Impossível estreou nos cinemas em 2012 e foi bastante elogiado pela crítica, com Naomi Watts indicada ao Oscar de melhor atriz naquele ano. Está disponível na Netflix, além de fazer parte da grade de programação de alguns dos canais Telecine.

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YESTERDAY

O título remete a uma das belas e inesquecíveis canções de uma certa banda... E não é por acaso. Sendo fã ou não dos Beatles, o fato é que este filme de 2019 nos faz viajar no tempo com o repertório dos quatro jovens de Liverpool que revolucionaram o mundo da música. Yesterday transita entre a fábula e o surreal: o desconhecido músico Jack (ator e cantor Himesh Patel) sofre um acidente e, quando acorda, se vê inserido numa inusitada realidade em que é o único a lembrar dos Beatles e passa a ser considerado autor das músicas do grupo. O sucesso do rapaz é imediato, assim como a grata satisfação do espectador ao embarcar nessa bela viagem ao túnel do tempo, ao som de Let it be, I want to hold your hand e, claro, Yesterday. Disponível na Prime Vídeo.

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> Séries

LILI, A EX

Caco Galhardo criou a tira de quadrinhos que em 2014 se transformou na série de que também é o roteirista. Atualmente disponível na GloboPlay, Lili, a ex tem uma linguagem moderna em inusitadas situações para abordar a separação do casal Reginaldo (Felipe Rocha: Como nossos pais), um pacato e atrapalhado redator de palavras cruzadas de jornal, e Lili (Maria Casadevall: série Coisa mais linda), uma jovem elétrica, excêntrica e ciumenta.

Com esse pano de fundo, sem apelações verbais nem vulgaridades (um tanto comum em comédias brasileiras), deitamos e rolamos de rir com as caras, falas e caretas de Lili infernizando a vida do ex-marido Reginaldo, envolvendo outros personagens cômicos em três temporadas. Com ou sem pandemia, rir é sempre um ótimo remédio!

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VIRGIN RIVER

Esta série da Netflix, baseada na literatura de Robyn Carr, tem vários ingredientes: romance, drama, fofoca, ciúme, tráfico de entorpecente, mariners traumatizados, tudo coroado por belas paisagens montanhosas e segredos que rodeiam o casal protagonista na fria e pacata cidade californiana de Virgin (mas filmada no Canadá).

Fugindo de uma fatalidade ocorrida em Los Angeles, a bela Mel (Alexandra Breckenridge: série This is us) é contratada pela prefeita para ser a enfermeira-parteira da única clínica da localidade; ali ela conhece o charmoso Jack (Martin Henderson: Milagres do paraíso, Evereste), ex-mariner que é proprietário do único bar-restaurante local. As duas primeiras temporadas encantam mais do que a terceira (gravada depois da primeira onda da pandemia da covid-19), que deixa alguns laços soltos, apresenta problemas de continuísmo e não trouxe alguns de seus bons atores. Ainda assim, a série é válida como entretenimento para aqueles dias mais frios.

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> Tila Pinski é jornalista (MTb 13.418/SP), atua como redatora e revisora de textos, coordenadora editorial e roteirista. Cinéfila, reside há nove anos na Vila Ema.