Tarcísio e o futuro: ser presidente da República ou apenas um "afilhado" de Bolsonaro? Foto / Redes sociais/Reprodução

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Tarcísio de Freitas, ministro bem avaliado e governador do principal estado do país, também bem avaliado, precisa decidir o que quer da vida: ter luz própria e, com ela ganhar espaço na política brasileira, ou ser um simples seguidor do líder em declínio Jair Bolsonaro.

Em uma coluna anterior, aqui nesta mesma Política & Políticos, ficou claro que Tarcísio tem chances, sendo ele mesmo, de vencer os seus adversários na faixa da direita e ser o principal candidato a enfrentar Lula, Alckmin ou qualquer outro que represente a continuidade do atual governo.

Mas aí veio o julgamento de Bolsonaro e dos demais réus do grupo 1 nos processos de tentativa de golpe de Estado. E o homem endoidou. Incorporou o discurso mais radical e menos inteligente do bolsonarismo. Para quê? Só para tapar um pouco a boca da família Bolsonaro e dos radicais que a apoiam.

Será que Tarcísio não percebe que está embarcando em uma canoa furada? Não vê que, após a mais que provável condenação vai começar a haver uma debandada do lado bolsonarista, ficando praticamente só a família junto com o capitão?

Pior ainda é que o discurso de Tarcísio não tem nada de sincero. Todo mundo sabe que, desde a sua eleição para o governo de São Paulo, ele tenta se afastar o mais possível do seu padrinho político, apesar de não querer romper com ele para não ser chamado de traidor e mal-agradecido. Mas a família Bolsonaro não deixa o homem sossegado.

Finalmente, cabe uma pergunta, dura e cruel é verdade, mas totalmente aceitável no mundo duro, cruel e insensível da política: se você fosse eleito presidente da República e pudesse decidir as coisas, iria fazer ressurgir, como uma fênix, uma sombra que vai querer mandar no seu governo tratando-o como o “afilhado” que já foi, ou deixaria a estrela do velho capitão ir murchando, murchando, até se apagar?

Fala sério…

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RADAR

Batendo o ponto na Paulista

Para verem e serem vistos, o ex-deputado federal Eduardo Cury e o vereador Thomaz Henrique, ambos do PL, marcaram presença domingo na avenida Paulista na manifestação bolsonarista que reuniu, segundo estimativa, 44 mil partidários.

A propósito, depois de uma temporada detox da campanha em que perdeu para Anderson Farias (PSD) na luta pela Prefeitura, Cury voltou ao jogo e já admitiu que pode ser candidato a deputado federal em 2026.

Cury e Thomaz: joseenses na Paulista. Foto / Redes sociais/Eduardo Cury

Houve DR?

Falando no prefeito Anderson, ele teve que intervir no andar da carruagem depois que saiu na imprensa a possibilidade, admitida por ela própria, de a primeira-dama Sheila Thomaz concorrer à Assembleia Legislativa como candidata por um outro partido da base, já que ela não é filiada ao PSD do prefeito.

Anderson correu para apagar o incêndio que deve ter começado a se alastrar em seu próprio partido e nos demais, uma vez que vários “pré” candidatos já se mexem para aparecer mais visando uma candidatura, entre eles o presidente da Câmara, Roberto do Eleven.

O prefeito desmentiu a candidatura da esposa alegando que ela tem missões importantes para exercer até o fim do governo.

Primeira-dama: vai a estadual e depois não vai mais. Foto / PMSJC/Divulgação

Não é fraca

A deputada Letícia Aguiar (PL) tem divulgado em vídeo –clique [aqui] e assista– uma prestação de contas na qual afirma ter encaminhado nada menos que R$ 59 milhões em recursos para São José dos Campos, sendo R$ 38 milhões só na área da saúde. A estimativa compreende o trabalho da deputada desde o primeiro mandato (2019/2022) e o segundo, que começou em 2023.

A assessoria de Letícia explicou como chegou a este montante: “O valor total em emendas parlamentares, que são recursos destinados pela deputada somente para o município de São José dos Campos, somou mais de R$ 9 milhões. Além disso, como base de apoio do governo do estado, aprovou em votações favoráveis em plenário e por meio de indicações ao orçamento do estado, as verbas de R$ 35 milhões para o novo AME e mais R$ 15 milhões para a modernização da SP-50. Com isso, podemos afirmar que, pelo trabalho desenvolvido pela deputada, a cidade recebeu R$ 59 milhões em recursos”.

Letícia ressalta o fato de ter sido a única deputada estadual reeleita pela cidade. Sinal de que vem mais Letícia por aí em 2026…

Letícia Aguiar: balanço ambicioso. Foto / Alesp/Divulgação

Carlinhos absolvido

O ex-prefeito Carlinhos Almeida (PT), que governou a cidade entre 2013 e 2016, foi absolvido, junto com mais 14 pessoas, no processo do “bolsa esposa”, sobre uso político de cargos comissionados durante a eleição municipal de 2016. A acusação dizia que servidores deixaram a Prefeitura para atuar na campanha e foram substituídos por suas esposas, que passaram a receber os mesmos salários.

Divulgada no dia 29 de agosto, a decisão da juíza Laís Helena de Carvalho Scamilla Jardim considerou o pedido improcedente. Apesar disso, ela classificou o ato do governo da época como práticas “eticamente reprováveis”, mas que não configuraram improbidade administrativa.

Carlinhos: absolvido na Justiça, mas com direito a puxão de orelhas. Foto / Instagram/Reprodução
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TOQUE FINAL

Política e crime de mãos dadas

Você acha que a foto abaixo mostra um xeique árabe do petróleo com o dinheiro que pretende gastar no mês? Ou o Vini Jr. contando o último “bicho” que recebeu do Real Madrid? Nada disso: é simplesmente o ex-deputado estadual TH Joias, do MDB do Rio de Janeiro, que foi preso pela Justiça por suposto envolvimento com o CV (Comando Vermelho). TH posou com milhares de cédulas de real que ocupavam a sua cama.

É dólar na cueca, é carrinho de suborno, agora é cama cheia de grana. Assim caminha a política brasileira…

Foto / UOL/Reprodução

> Política & Políticos, de autoria do jornalista Wagner Matheus, é uma coluna de opinião, análise e relatos sobre a política em São José dos Campos e no país. Diferentemente, o noticiário do portal SuperBairro busca a objetividade e a informação, sem caráter opinativo.

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