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Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

O jornalismo era assim

As equipes de jornalistas ou radialistas corriam atrás das informações para entregá-las aos leitores ou ouvintes o mais rapidamente possível. Nos jornais, um chefe de reportagem recebia a informação de leitores e de outras fontes de informação e, rapidamente, enviava um repórter e um repórter-fotográfico para cobrir o assunto. Quem levava a equipe era um motorista com um carro do jornal.

A dupla apurava as informações, entrevistava pessoas, fotografava tudo e voltava para a Redação com o máximo de novidades. Entregavam textos e fotos para outras equipes que editavam, diagramavam, montavam e deixavam o jornal pronto para a impressão.

No final da madrugada, milhares de jornais já estavam entregues em dezenas de bancas espalhadas pela cidade. Assim que as pessoas acordavam, passavam a buscar informação. Pelas rádios, de graça, ou pelos jornais, comprando o exemplar em uma banca, ou assinando o jornal e recebendo-o em sua casa ou local de trabalho.

Era assim.

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O jornalismo de hoje

Jornalistas correm atrás das informações do mesmo jeito que antes. Quase não há mais equipes formadas por repórter e repórter fotográfico. É muito caro. Cada um se vira como pode. O repórter faz foto e vídeo –um pecado mortal no passado–, ele mesmo redige, escolhe a foto, revisa tudo e envia para o veículo de comunicação, onde tudo será editado e publicado em um site ou rede social.

E o consumidor da notícia? Está em casa ou no trabalho, recebendo as informações sem pagar por elas e, pior, sem valorizar o esforço de quem levou a notícia até ele.

Poucos curtem, poucos descurtem, poucos comentam. Como se todo o trabalho de produção da informação fosse um presentinho que chega até o leitor sem nenhum custo. E quer saber? A maioria nem lê a notícia. Logo depois de ler o título, já solta seu comentário como se fosse especialista no assunto.

Conclusão

Seja bem-vindo à morte do jornalismo. E quando você descobrir que está sendo manipulado pelas redes sociais mentirosas e, muitas vezes, criminosas, só resta lhe dar um conselho:

– Se vira!

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Minhas memórias

A partir de hoje, duas vezes por mês, vou trazer lembranças do que vi e vivi no jornalismo. Espero que elas sirvam para que gente mais antiga tenha boas recordações e gente mais nova entenda melhor como o jornalismo era feito da década de 70 até os dias atuais.

Convido você a embarcar comigo nesta viagem.

Foto / SuperBairro

> Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 50 anos. É editor do SuperBairro. Mora na Vila Guaianazes há 24 anos.

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