Após alegações finais do ex-presidente e seus aliados, entregues no último dia do prazo, cabe agora ao STF marcar a data do julgamento da ação penal
DA REDAÇÃO*
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu na quarta-feira (13) ao Supremo Tribunal Federal (STF) absolvição na ação penal sobre a trama golpista. A manifestação está nas alegações finais que foram encaminhadas ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, dia em que se esgotou o prazo de 15 dias para os advogados dos réus protocolarem suas manifestações.
As alegações representaram a última manifestação dos réus antes do julgamento. No documento, os advogados sustentam que Bolsonaro não praticou atos para promover um golpe de Estado e reverter o resultado das eleições de 2022.
“A verdade, que a muitos não interessa, é que não há uma única prova que atrele o Peticionário ao plano ‘Punhal Verde e Amarelo’ ou aos atos dos chamados Kids Pretos e muito menos aos atos de 8 de janeiro”, disse a defesa.
‘Processo inusitado’
Os advogados de Bolsonaro também consideraram que a ação da trama golpista é um processo “histórico e inusitado”. Diz o documento de alegações finais: “Os réus são tratados como golpistas, como culpados, muito antes de a defesa ser apresentada. Uma parte expressiva do país, a maioria da imprensa, não quer um julgamento, quer apenas conhecer a quantidade de pena a ser imposta”, disse a defesa.
Os advogados também criticaram a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. “Uma delação manipulada desde o seu primeiro depoimento e, portanto, imprestável. Mauro Cid se protegeu apontando o dedo àquele cujos atos foram sempre públicos e de governo”, completaram os advogados.

Próximos passos
Após a entrega das alegações, o ministro Alexandre de Moraes deverá liberar para o julgamento da ação penal referente ao núcleo 1 da denúncia apresentada contra Bolsonaro e seus aliados.
Caberá ao presidente da Primeira Turma da Corte, ministro Cristiano Zanin, marcar a data do julgamento. A expectativa é de que ocorra em setembro. Além de Alexandre de Moraes, o colegiado é formado pelos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
Os réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
Em caso de condenação, as penas podem passar de 30 anos de prisão.
*Com informações da Agência Brasil.
