Prefeitura faz convênio e reserva 100 leitos do Francisca Júlia. Foto / SuperBairro

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Os 12 leitos fazem parte de um total de 100 reservados pela Prefeitura, por meio de convênio, para tratar transtornos psiquiátricos pela rede pública

 

DA REDAÇÃO

A Prefeitura de São José dos Campos assinou novo convênio com o Hospital Francisca Júlia, especializado em saúde mental, que ampliou para 100 leitos destinados a pacientes da rede pública portadores de transtornos psiquiátricos.

Desse total, 12 vagas são disponibilizadas exclusivamente à internação de adolescentes de ambos os sexos (nove masculinos e três femininos) em tratamento do uso de álcool e drogas.

Aberto no dia 10 de novembro, o novo centro é o primeiro do Vale do Paraíba de atendimento à dependência química voltado exclusivamente a esse público. A unidade oferece tratamento humanizado, combinando abordagens psiquiátricas, psicológicas e psicossociais com o objetivo de interromper ciclos de uso abusivo e promover reintegração social.

O acesso ao serviço de internação deve ser feito por meio de encaminhamento das unidades de saúde mental do município.

Conforme levantamentos clínicos do Francisca Júlia, adolescentes com ansiedade, depressão e solidão pós-pandemia têm recorrido ao álcool e às drogas. Em 90% dos casos, o uso é uma forma de tentar aliviar a dor, o que pode agravar o quadro psiquiátrico a médio prazo.

De acordo com a instituição, pesquisas apontam que usuários jovens têm quatro vezes mais chances de desenvolver transtornos de humor e ansiedade após o início do uso. A vulnerabilidade é explicada pela imaturidade cerebral e emocional dessa faixa etária, que intensifica a busca por prazer imediato e pertencimento social.

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Abordagem humanizada

Segundo o Francisca Júlia, o tratamento consiste na seguinte abordagem:

– O modelo de tratamento aos adolescentes é centrado na pessoa, com apoio de uma equipe multidisciplinar de médicos psiquiatras, psicólogos, pedagogos, assistentes sociais, educadores físicos, consultores em dependência química, oficineiros e enfermeiros 24 horas.

– A proposta terapêutica combina abordagem cognitivo-comportamental, arteterapia, atividades corporais, acompanhamento pedagógico e familiar, conforme a legislação específica.

– O ciclo começa no resgate do sofrimento psíquico e depois segue no combate à dependência, em um cuidado integrado com tratamento e terapia ocupacional.

Quarto para internação de jovens com dependência química pela rede pública. Foto / Divulgação

Como ser atendido

A rede de saúde mental do município oferece uma abordagem inicial nas unidades básicas de saúde (UBS). Quando necessário, os pacientes são encaminhados aos centros de atenção psicossocial (Caps) para uma avaliação especializada. Diante de um agravo, os médicos podem indicar a internação.

Os munícipes em uso de substâncias psicoativas são atendidos por livre demanda no Caps AD 3 – Álcool e Drogas (Rua Pituba, 100 – Jardim Satélite) e no Sama (Serviço Ambulatorial para Adolescentes), que fica na Rua Pedro de Toledo, 98 – Vila Adyana. Basta ir diretamente às unidades, sem necessidade de agendamento.

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