Operação do governo estadual fiscaliza adulteração de bebidas com metanol. Foto / Pablo Jacob/Governo de SP

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Dos 48 casos em investigação no país, 11 foram confirmados, com um óbito; veja aqui os sintomas da intoxicação e o que fazer em caso de suspeita

 

DA REDAÇÃO*

O Brasil registra 48 casos em investigação relacionados à intoxicação por metanol até a tarde de quinta-feira (2). O balanço foi apresentado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em entrevista na Sala de Situação instalada pelo governo federal para monitorar os casos e coordenar as medidas de resposta.

Ao todo, o ministério já confirmou 11 casos por meio de detecção laboratorial da presença de metanol pelo Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (Cievs). Inicialmente, o ministro havia confirmado um 12º caso em Brasília. Mas o ministério recuou e informou que o caso do rapper Hungria ainda é contabilizado como suspeito.

Até o momento, uma morte decorrente desse tipo de intoxicação foi confirmada pelo Ministério da Saúde e ocorreu no estado de São Paulo. Mais sete óbitos seguem em investigação, sendo dois em Pernambuco e os outros cinco também em São Paulo.

“Estamos diante de uma situação anormal e diferente de tudo o que consta na nossa série histórica em relação à intoxicação por metanol no país”, declarou Padilha.

De acordo com o órgão do governo federal, os números atuais extrapolam a média anual de 20 casos de intoxicação por metanol no Brasil. A Polícia Federal conduz a investigação por suspeita de envolvimento de organização criminosa por meio da adulteração de bebida alcoólica.

Interdições em SP

O governo de São Paulo, também mobilizado nas investigações, adota medidas de precaução. Um gabinete de crise foi instalado na terça-feira (30) para intensificar as ações. Até agora a tarde de quarta-feira (1º), seis estabelecimentos foram interditados após fiscalização conjunta entre as secretarias da Saúde, Segurança Pública, Fazenda e Justiça. As ações são cautelares e o envolvimento dos estabelecimentos com os casos é investigado.

As ações envolvem fiscalização em bares, adegas e distribuidoras. Até agora, foram apreendidas quase mil garrafas para investigação durante as operações integradas. Outras 17,7 mil foram encontradas em uma fábrica clandestina em Americana. Um lote de 128 mil garrafas foi lacrado em Barueri por falta de documentação. Durante todo o ano, mais de 50 mil foram apreendidas pela polícia em ações de combate à falsificação de bebidas alcoólicas.

PUBLICIDADE

O que fazer

A Secretaria da Saúde confirmou os 10 casos de contaminação por metanol no estado, com um óbito. A secretaria recomenda que o paciente com quadro incomum após ingestão de bebida alcoólica deve procurar atendimento médico imediato, realizar exames laboratoriais e avaliação oftalmológica.

Os sintomas de alerta são dores abdominais intensas, tontura e confusão mental. O socorro em até 6 horas após o início dos sintomas é fundamental para evitar o agravamento do caso.

A intoxicação por metanol é grave, pode levar à cegueira permanente e até a óbito. O metanol pode estar presente em bebidas alcoólicas clandestinas e adulteradas, além de produtos como combustível, solventes e líquidos de limpeza.

Canais de denúncia

Denúncias sobre possíveis irregularidades e suspeitas a respeito de bebidas adulteradas podem ser enviadas pelo Disque Denúncia 181 ou pelo site da Polícia Civil de São Paulo. https://www.webdenuncia.sp.gov.br/cidadao/crime-acontecendo

O Procon também recebe denúncias pelo Disk 151 e pelo site www.procon.sp.gov.br. O órgão de defesa do consumidor ganhou um atalho no site para as denúncias relacionadas aos casos.

 

*Com informações da Agência Brasil e Agência SP.

APOIO / SUPERBAIRRO
APOIO / SUPERBAIRRO
APOIO / SUPERBAIRRO