IPCA em agosto: mesmo com deflação, ainda acima do centro da meta. Foto / Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Em 12 meses, IPCA acumula 5,23%, ainda acima do centro da meta de 4,5%; maiores quedas ocorreram nas contas de energia, alimentação e bebidas e transporte

 

DA REDAÇÃO

A inflação oficial ficou negativa no mês de agosto, ou seja, os preços ficaram mais baratos na média. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês em -0,11%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em julho, o índice tinha ficado em 0,26%. Essa deflação (inflação negativa) é a primeira desde agosto de 2024 (-0,02%) e a mais intensa desde setembro de 2022 (-0,29%).

Com o resultado de agosto de 2025, o acumulado de 12 meses chega a 5,13%, abaixo dos 5,23% dos 12 meses terminados em julho, mas ainda acima da meta do governo, de até 4,5%.

A conta de luz recuou 4,21% no mês, representando impacto negativo de 0,17 ponto percentual (p.p.), figurando como o subitem que mais puxou a inflação para baixo. Com isso, o grupo habitação recuou 0,90%.

A explicação está no chamado Bônus de Itaipu, desconto na conta que beneficiou 80,8 milhões de consumidores. A bonificação compensou a bandeira tarifária vermelha 2, que adiciona R$ 7,87 na conta e luz a cada 100 Kwh consumidos.

O grupo alimentação e bebidas (-0,46%) caiu pelo terceiro mês seguido. O de transportes (-0,27%), também ajudou a deixar o IPCA negativo.

PUBLICIDADE

Entenda o IPCA

O IPCA apura o custo de vida para famílias com rendimentos entre um e 40 salários-mínimos. Atualmente, o valor do mínimo é de R$ 1.518. A coleta de preços do IPCA é feita em dez regiões metropolitanas –Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre–, além de Brasília e nas capitais Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.

O índice é a principal métrica para acompanhamento da política de metas de inflação. A meta atual estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, um intervalo de 1,5% a 4,5%.

Desde o início de 2025, o período de avaliação da meta é referente aos 12 meses imediatamente passados e não apenas o alcançado no fim do ano (dezembro). A meta só é considerada descumprida se estourar o intervalo de tolerância por seis meses seguidos, o que aconteceu em junho.

 

*Com informações da Agência Brasil.

APOIO / SUPERBAIRRO
APOIO / SUPERBAIRRO